7 de junho de 2011

De forma pacífica, estudantes voltam às ruas de Vitoria e ocupam ruas de palácios do governo do ES

Fotos: Nerter Samora
Grupos de estudantes voltaram às ruas para se manifestar contra o aumento das tarifas de ônibus na Grande Vitória na manhã desta segunda-feira (6). De forma pacifica, cerca de 600 manifestantes participaram de protestos nas duas sedes do Executivo estadual – Palácio Anchieta e da Fonte Grande – e saíram em passeata ao longo das principais avenidas do Centro de Vitória. Mesmo sem a repetição do fechamento de pistas, o clima durante o protesto foi tenso – sempre sob os olhares das tropas policiais.
Em reunião com o governo, os manifestantes apresentaram uma pauta com 13 itens, entre eles a redução imediata das tarifas, o desarquivamento da CPI do Transcol, o fim dos pedágios da Terceira Ponte e da Rodosol, além da exoneração da diretora-presidente da Ceturb/GV, Denise Cadete, e do secretário de Segurança Pública, Henrique Herkenhoff, a quem o movimento atribuiu à violenta ação policial da última semana.
A reunião no Palácio da Fonte Grande entre a comissão formada por manifestantes e o vice-governador Givaldo Vieira (PT), que se colocou como interlocutor do governo junto aos estudantes, terminou sem acordo. Apesar da audiência, o grupo de estudantes se queixa da falta de dialogo do governo.

Apesar do clima mais estável – em relação aos protestos da última quinta-feira (2) – parte do grupo não descarta a “radicalização" para os próximos dias, que seria o fechamento de vias.
Protesto
A concentração dos manifestantes teve início nas primeiras horas da manhã nas escadarias do palácio Anchieta, que havia sido há poucos dias palco de uma “guerra” entre estudantes e a tropa de choque da Polícia Militar. De forma mais organizada, os estudantes fecharam, por volta das 09h, duas das três pistas da Avenida Beira Mar, próxima ao palácio. Sob forte escolta policial do Batalhão de Trânsito, que desta vez organizava o trânsito, o grupo com até então 200 estudantes seguiu até a deliberação de ir para o palácio da Fonte Grande, onde fica o gabinete de Givaldo.

Após cerca de uma hora e quinze depois do início do protesto, os estudantes iniciaram a marcha para o palácio da vice-governadoria. Empunhando cartazes que pediam o fim da violência policial contra os manifestantes e entoando "Eu não acho/ Mas Casagrande acha/ Que o povo precisa/ De bala de borracha", os manifestantes seguiram em caminhada pelas avenidas Princesa Isabel e Jerônimo Monteiro e pelas ruas do Rosário e Graciano Neves. Após quase meia hora de caminhada, o grupo, ao chegar às proximidades do palácio, se deparou com um cordão de isolamento da tropa de choque no início da Rua Sete.

Por volta das 14 horas, o clima ficou bastante carregado. No espaço de trinta metros, de um lado estavam as tropas da Rotam – em substituição ao Batalhão de Missões Especiais (BME), que atuaram na última semana – e, do outro, os estudantes, que receberam a adesão de cerca de 400 alunos do Ifes (antiga Escola Técnica até o local). Contudo, mais uma vez sem acordo com o governo, os estudantes tiveram que dar meia volta e retornar ao palácio.
Novamente em marcha pelo mesmo caminho, os estudantes seguiram até os pés da escadaria. Um alguns estudantes chegou a esboçar o fechamento total das vias, mas acabaram demovidos pela promessa do governo em negociar, caso os estudantes não fechassem novamente as avenidas próximas ao palácio. Por volta das 12h15, os manifestantes subiram às escadarias e iniciaram o protesto em frente ao palácio – onde ocorria um evento público do governo de lançamento do plano contra miséria, inclusive com a participação do governador Renato Casagrande.

Os manifestantes chegaram a esboçar uma nova interdição da Princesa Isabel, porém, os estudantes decidiram promover um "roletaço" - embarcando nos ônibus sem pagar pela passagem - até a Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), em Goiabeiras.
Até o momento, os estudantes estão no campus universitário definindo as próximas ações do protesto e não há indicativo de novos atos durante esta segunda-feira.
Confira mais imagens dos protestos:

 

 

 

 

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