24 de julho de 2011

Retirados de área da Vale, moradores acusam prefeitura de negligência

Cerca de 150 pessoas reclamam da falta de comida e assistência por parte da Prefeitura da Serra. Crianças foram acolhidas por moradores da região

foto: Eduardo Fachetti | gazetaonline
Retirados de área da Vale, moradores acusam prefeitura de negligência
Após passarem a madrugada sob um pequeno trecho coberto por lona, dizem que a prefeitura prometeu levá-las para um abrigo


Cerca de 50 pessoas retiradas de um terreno da mineradora Vale, no município da Serra, voltaram ao local após a ação de reintegração de posse realizada no sábado (23). Após passarem a madrugada deste domingo (24) sob um pequeno trecho coberto por lona, elas dizem que a prefeitura prometeu levá-las para um abrigo e cadastrá-las para programas assistenciais. A informação é contestada pela Secretaria de Defesa Social da Serra.
A desempregada Sheila Ribeiro Ferreira, de 39 anos, foi retirada do barraco onde morava, no bairro Bicanga, junto com os quatro filhos. Desde a tarde de sábado, ela está na rua, e as crianças foram levadas para a casa de moradores do bairro Cidade Continental.
"Desde ontem estou aqui, não tenho casa para ficar. Meus filhos eu nem sei onde estão, estou praticamente sem nada. Não sou só eu quem está nessa situação. Nós não estamos aqui para arrumar confusão nem para tomar terra de ninguém", destacou Sheila.

foto: Eduardo Fachetti | gazetaonline
Retirados de área da Vale, moradores acusam prefeitura de negligência
A desempregada Sheila Ribeiro Ferreira, de 39 anos, foi retirada do barraco onde morava, no bairro Bicanga, junto com os quatro filhos
O soldador Eliseu Fernandes, de 35 anos, acusa a prefeitura de ter agido com excesso para retirar os ocupantes do terreno da Vale. Na ocasião, o Batalhão de Missões Especiais (BME) foi chamado e duas pessoas acabaram presas. "Tem gente que está precisando de comida, que até hoje não comeu, que tem crianças. Está todo mundo aqui na chuva, com fome, e não aparece ninguém dos Direitos Humanos aqui", frisou o rapaz. A mesma crítica é feita pela dona de casa Luziane Alvarenga. "Pegaram minha mochila, meus chinelos, os edredons e colocaram fogo em tudo na minha frente. Minhas crianças todas por perto, outras crianças junto, todas vendo", desabafou.

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