18 de dezembro de 2012

Insatisfação e dívidas fazem sociedade rejeitar mais um empreendimento em Barra do Riacho - Aracruz


 Ao invés de empregos, moradores convivem com problemas sociais, como aumento da violência e tráfico de drogas 

Durante a audiência realizada nessa quinta-feira (13), em Aracruz (norte do Estado), para discutir a implantação de mais um empreendimento da Petrobras na região, o Terminal de Gás Natural Liquefeito (GNL), predominou a insatisfação da população presente. Segundo o presidente da ONG Amigos da Barra do Riacho, Herval Nogueira Junior, a empresa está mascarando dados socioeconômicos para se instalar mais uma vez na região. 
 
Além do projeto do Terminal GNL, a população também discutiu a construção da Fábrica de Fertilizantes que vai ficar entre Aracruz e Linhares, no norte do Estado.
 
“A comunidade não está satisfeita e deixou isso bem claro em todas as falas que lhe foram permitidas durante o debate. A insatisfação ocorre em virtude dos outros empreendimentos da Petrobras aqui. Só os comerciantes acumulam R$ 54 mil em dívidas das empreiteiras e há ainda o aumento da violência, desemprego, tráfico de drogas, entre outros”, ressaltou Herval. 
Areá ao lado do TABR  aonde sera instalada o novo empreendimento em Barra do Riacho
 
  Durante a audiência a Petrobras afirmou aos moradores que serão contratados 1.700 moradores trabalhadores locais para as obras, mas a população não confia mais na empresa. 
 
Segundo Herval, nas estimativas passadas, a Petrobras apontou a contratação de mão de obra local, porém, a empresa chegou a alugar casas como alojamentos para trabalhadores de fora e eles eram contratados como moradores. A medida gerou desordem no município, visto que os empregos prometidos não se efetivaram e as empreiteiras deixaram a cidade junto com dívidas nos mais diversos comércios da região. 
 
O grande fluxo de pessoas na região também aumentou o número de prostíbulos e a criminalidade. Herval Nogueira resalta que, em Aracruz, morre um jovem por mês. 
 
De acordo com a ONG, o Terminal Aquaviário de Barra do Riacho (TABR) está praticamente pronto e ainda possui condicionantes sem cumprir. 
“A empresa diz que teve que apressar as obras e o que entendemos disso é que irá construir de qualquer forma, mesmo com aumento da violência e com prostituição. É um empreendimento feito a qualquer custo, mas quem paga essa conta no final somos nós”, desabafou. 
 
O Terminal GNL será construído em Barra do Riacho pela Petrobras, ao lado do TABR, e tem a previsão de produzir 14 milhões de metros cúbicos por dia. O licenciamento do projeto foi iniciado em março deste ano e a expectativa é que o terminal comece a operar em 2016.
Região de Palhau em Linhares. Ao todo, 21 terrenos serão transformados
 em áreas de utilidade pública 
que formarão uma área total de 400 hectares necessários para a implantação do Complexo Gás-Químico. 
 
A população cobra a intervenção do Ministério Público Estadual (MPES) para acompanhar as condicionantes dos empreendimentos. “Queríamos saber qual o impacto de todos esses projetos desmembrados. Se fossemos um corpo, onde eles estivem hospedados, já teríamos perdido um pé, um dedo, o fígado. Queria saber do poder público se ainda temos estrutura para não perder a cabeça”, desabafou. 

Fonte: Seculo Diário

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