2 de junho de 2011

CAOS NO ESTADO DO ESPIRITO SANTO

O episódio ocorrido em Aracruz há cerca de 15 dias, parece que ainda renderá muita dor de cabeça para o governador Renato Casagrande. A ação violenta da polícia para retirada de mais de 300 famílias que ocupavam uma área no distrito de Barra do Riacho abriu um procedente perigoso de embates entre as forças policiais do Estado e a população. 

Casagrande prometeu às lideranças dos movimentos sociais do Estado, que apuraria os acontecimentos de Aracruz com rigor. Ele queria saber se houve excesso da polícia. Não deu tempo. Nesta quinta-feira (2), um novo confronto entre a tropa de choque e estudantes revelou que a relação do governo com os movimentos sociais está abalada.
O palco do conflito não foi o distante distrito de Barra do Riacho. Naquele episódio, a grande maioria da população acompanhou os acontecimentos pela imprensa, o que, de certa maneira, minimizou o impacto das fortes imagens dos moradores – inclusive mulheres, crianças e idosos – envoltos em nuvem de gás lacrimogêneo sendo alvejados por balas de borracha sem nenhuma misericórdia.
Já acontecimento de hoje foi ao vivo e em cores na avenida mais importante e movimentada do Estado. Mas precisamente aos pés das escadarias que dão acesso à sede do Executivo Estadual. A multidão que circula todos os dias pelo Centro de Vitória pôde comprovar como anda a relação entre as forças policiais e a população. Nada boa, como se viu. 

Esse esgarçamento que começou em Aracruz e agora, a não ser que o governo retome o controle da situação, já não se sabe aonde pode parar, tem força para desgastar ainda mais a imagem de um “jovem” governo, que foi calçado no discurso do social, do diálogo e da transparência. 


Quando este texto foi concluído, o movimento estudantil, que reivindica “passe-livre” no transporte coletivo, partia para um novo embate com a polícia em frente a Ufes. Não conhecemos o desfecho desse novo confronto, mas, mesmo que o saldo não deixe nenhum ferido ou algo pior, o estrago já está feito.
Parece capricho do destino, mas nos dois episódios mais escabrosos do atual governo, Casagrande esteve ausente. É claro que não se trata de uma saída estratégica do governador para fugir à responsabilidade, mas não deixa de ser uma falta de sorte danada o governador não poder pessoalmente tratar dessas questões no calor dos acontecimentos. Depois, vai restar-lhe novamente prometer que fará “a apuração rigorosa dos fatos para saber se houve ou não excesso da polícia”. 
Fotos do Protesto dos estudantes
 







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