1 de abril de 2015

Portocel receberá R$ 1,7 bilhões para triplicar a sua Capacidade

Investimento de R$ 1,7 bi possibilitará operação de outras cargas

  Sob o olhar atento e rigoroso da capixaba Patrícia Dutra Lascosque, o principal porto especializado no embarque de celulose do mundo não para. Com uma média de 286 navios atracando no terminal por ano, uma movimentação em 2014 de mais de 6 milhões de toneladas de celulose, além de milhares de toneladas de produtos siderúrgicos, sal, granito e madeira em tora, Portocel completa neste mês 30 anos de operação sob o controle da iniciativa privada.
  Em seu ano balzaquiano, o terminal – localizado em Barra do Riacho, Aracruz – quer muito mais do que comemorar o status de porto referência que conquistou nas últimas três décadas. Quer, ao longo de 2015 – ainda que seja um ano difícil, com a crise econômica batendo à porta de muitas empresas – tocar e consolidar seus planos de expansão. As obras, pelo planejamento, começam no segundo semestre do ano que vem.
 
Foto: Carlos Alberto Silva
A superintendente de Portocel, Patrícia Lascosque, tem fama de durona. Mas um relógio do Mickey que carrega no pulso a entrega: "É tanto compromisso, que às vezes é preciso descontrair", confessa.
  De olho em se manter competitivo nos próximos 50 anos, Portocel – controlado pela Fibria (51%) e pela Cenibra (49%) – planeja investir R$ 1,7 bilhão, o que irá permitir triplicar a sua capacidade. Juntamente com os investimentos que pretendem realizar, os acionistas traçaram uma nova concepção para o terminal: transformar Portocel em um porto de negócios.
  Isso significa, segundo a superintendente do terminal, Patrícia Lascosque, ampliar a participação de cargas gerais, a serem compostas por: produtos siderúrgicos, mármore e granito e cargas de projetos, que são aquelas que visam atender grandes fábricas, com o recebimento de equipamentos de grande porte; além de passar a atuar no setor de petróleo e gás, com atividades supply.
  Patrícia, que tem uma agenda apertada de viagens, reuniões e supervisão dos 300 profissionais diretos e outros centenas de indiretos (todos conhecidos por ela pelo nome), recebeu A GAZETA em Portocel. Durante a visita, a gestora – primeira mulher no mundo a assumir essa posição em um porto – mostrou os navios, barcaças, pátios, armazéns onde ficam as cargas, além de outras dependências do terminal.
Ampliação
  Durante a conversa, Patrícia adiantou os projetos que estão por vir com a expansão, entre eles a construção de armazéns, mais pátios cobertos, um novo cais de 1 quilômetro e a ampliação da malha ferroviária dentro do porto. Contou, ainda, que estão previstos mais dois berços para movimentação de celulose e cargas gerais e outros cinco para atender as atividades offshore.
Os investimentos deverão ser desenvolvidos ao longo de quatro fases e vão permitir que a capacidade anual de movimentação de celulose salte de 6 milhões de toneladas para 9,5 milhões. E que outras 20 milhões de toneladas sejam agregadas para as demais cargas.
  A expectativa é de que as obras de ampliação da primeira fase comecem no segundo semestre de 2016 e sejam finalizadas em 18 meses. Mas, para isso, Portocel aguarda o governo federal resolver uma pendência que não é de hoje, a questão da poligonal (delimitação de área) do porto organizado de Barra do Riacho.
  “Já foi feito todo o projeto conceitual do porto. O que precisa é ser levado pelos acionistas aos conselhos de administração das empresas para aprovação final. Mas isso só iremos fazer quando tivermos a mudança da poligonal, que esperamos ser resolvida ainda neste primeiro semestre”. Essas alterações se mostraram necessárias a partir da regulamentação da nova lei dos portos, a 12.815/2013.
Foto: Carlos Alberto Silva
Afonso Cruz trabalha há três décadas em Portocel
Trabalhadores também fazem parte da história do porto 
Em 1975, seu Afonso Cruz, hoje com 59 anos, deixou sua cidade de origem, Colatina, para tentar a vida em Aracruz, município capixaba que era a promessa do desenvolvimento na época. A aposta foi certeira, na visão do operador de máquinas, que há 30 anos é funcionário de Portocel.
Mas, antes mesmo de ser contratado para atuar no terminal, ele lembra que foi o responsável por descarregar a 1ª ferragem da fábrica, na época Aracruz Celulose e hoje Fibria, que seria construída.
Aliás, seu Afonso não esquece de como tudo começou. “O trabalho era bastante diferente. Antes, era só um berço e um armazém no porto e movimentávamos basicamente celulose. Agora, as cargas estão mais diversificadas”, diz.
O operador de máquinas conta, ainda, que com o tempo as atividades e os trabalhadores se profissionalizaram, o que contribuiu para reduzir os riscos de acidentes e aumentar a produtividade. “Um exemplo dessa eficiência é que hoje carregamos um caminhão com 48 toneladas de celulose em 2,5 minutos”, diz orgulhoso.

 


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Fonte: Gazeta Online

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